segunda-feira, 28 de abril de 2014

Anti Adrenérgicos

   O grupo dos anti-adrenérgicos é dividido em Agonistas α2, antagonistas α e antagonistas β e tem o poder de diminuir ou parar a atividade simpática produzida pela ativação dos receptores adrenérgicos.
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Agonistas Alfa 2 

   Esta classe atua no receptor α2, que quando estimulado leva a queda da concentração de noradrenalina/norepinefrina na fenda sináptica. Tem como principais ações no organismo a hipotensão, vasodilatação, edema, congestão nasal, cefaleia, rush cutaneo, disfunção erétil, sonolencia e sedação.
   A clonidina e a metildopa são usados principalmente para tratar hipertensão na grávida, mas também podem ser usados para tratamento de síndrome do pânico. α-dexmetiltomidina é usado para a hipnose em UTI.

Os Agonistas α2 são amplamente usados em UTI, para manter o coma induzido. 

Antagonistas Alfa

   As substancias que atuam como antagonistas dos receptores alfa podem ser seletivos para receptores α1 ou não seletivos. Em geral, ambos os tipos levam a diminuição da P.A., cefaleia, edema, hipotensão ortostática, congestão nasal e aumento do débito cardíaco.

Antagonistas α1 Seletivos

   Os receptores, α1 como já citado atual principalmente nos vasos sanguíneos contraindo-os, assim como contrai o músculo liso, promove a glicogenólise hepática, midríase e xerostomia. É de regra, que o antagonista deste receptor impeça estas ações. A utilização de fármacos desta família ocorre para tratamento de hipertrofia benigna da próstata, como Prazosina e doxasozina e possui como efeito colateral a disfunção erétil.

Antagonistas α não seletivos 

   Neste caso, tanto receptores α1 quanto α2 são bloqueados. Como exemplos desta familia podemos pegar a fentolamina e a fenobenzamina. Estes fármacos são utilizados para tratamento do tumor de supra renal e possuem como efeito colateral taquicardia reflexa.


Os Antagonistas α tem como um de seus usos a diminuição da P.A.

Antagonistas  Beta

   Os bloqueadores β são usados para tratamento da hipertensão sistêmica, imediatamente na hora do Infarto Agudo do Miocárdio, pós taquiarritmia, extrassístole, angina, insuficiência valvular, hipertireoidismo, coadjuvante no tratamento da ansiedade, em crianças queimadas, para enxaqueca, tremor contínuo e glaucoma. 

Antagonistas β1 seletivos

   Os antagonistas β1 seletivos tem seus efeitos focados no miocárdio e levam ao pinotropismo negativo, cronotropismo negativo, dromotropismo negativo, batmotropismo negativo, diminuição na força de contração, diminuição no consumo de O2 e aumento no período refratário e diastólico. Os exemplos de drogas desta família são; atenolol, metoprolol, esmolol e acebutolol.

Antagonistas β não seletivos

   Esta família de fármacos atua impedindo a Noradrenalina/norepinefrina de atuar em seus receptores. Logo, vemos que ela impede; a broncodilatação causada pela N.A., o relaxamento do útero por N.A., o tremor esquelético mediado por N.A., a glicogenólise e a produção de insulina por estímulo de N.A. e a produção de humor aquoso mediado por N.A. Os exemplos clássicos desta família são; Propanolol, Pindolol, Nadolol e Timolol.

Bloqueadores β tem suas ações principalmente focadas no coração

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Adrenérgicos

   Catecolaminas

   Os Adrenérgicos ou Simpatomiméticos são o grupo de medicamentos que tem como ação principal 'imitar' o sistema simpático do corpo humano. Um de seus grupos mais importantes são as catecolaminas, que são compostas por Adrenalina/epinefrina, noradrenalina/norepinefrina, dopamina, dobutamina e isoproterenol/isoprenalina.
  •    A noradrenalina é um transmissor liberado pelas terminações nervosas simpáticas, age fortemente em receptores alfa e fracamente em beta.
  •    A Adrenalina é um hormonio secretado na medula da suprarrenal, age tanto em receptores alfa quanto em beta, com pouco mais de afinidade pelo segundo. 
  •    A dopamina é o precursor metabólico da noradrenalina e adrenalina, além de ser um transmissor/neuromodulador do sistema nervoso central..
  •   Isoproterenol é um derivado sintético da noradrenalina, que atua nos receptores beta 1 e 2.
  •   A dobutamina, por sua vez é um agonista beta 1 bastante potente.
   Em termos gerais as catecolaminas são usadas para o tratamento do choque cardiogênico, infarto ou doença de chagas.

Os Adrenérgicos irão imitar a ação de luta ou fuga do SNA simpático no corpo humano.

   Não catecolaminas

   O grupo das não catecolaminas se subdivide em; Ação indireta, Agonista seletivo α1 e Agonista seletivo β2.  Agem aumentando a ação das catecolaminas (noradrenalina, adrenalina e dopamina) na fenda sináptica.  A t1/2 destas substancias é moderada ou longa e tem a capacidade de penetrar na barreira hemato-cefálica.
   As não catecolaminas de ação indireta mais importantes são; Metilfenidato, Efedrina, cocaína, anfetamina (anfetamona e fenoproporex) e tiramina. Causam efeitos centrais decorrentes do aumento de dopamina (prazer, dependência e paranóia) e de noradrenalina (eurofia, insonia, anorexia, ansiedade, aumento do foco de raciocínio e da libido). Os efeitos periféricos são, aumento da atividade cardíaca, broncodilatação, vasoconstrição coronariana, midríase, xerostomia, aumento da P.A. e disfunção erétil. O metil fenidato é amplamente usado contra o distúrbio de atenção. A efedrina tem como principais ações o aumento da P.A. e broncodilatação. 

Midríase, um dos sinais clássicos do uso de anfetaminas e cocaína.

Os Agonistas seletivos α1 mais importantes são; fenilefrina, nafazolina, oxametazolina e metaraminol. Causam midríase, xerostomia, vasoconstrição periférica, descongestionante ocular e nasal. São usados no tratamento de rinorreia (coriza) e como descongestionante. Deve ser usado com cautela pois pode levar à Donw Regulation.

Agonistas Alfa1 seletivos são usados para o tratamento de coriza.
   Os Agonistas seletivo β2 mais importantes são; fenoterol (Berotec) , salmeterol, albuterol, clembuterol, terbutalina, salbutalina e salbutamol. Causam broncodilatação, relaxamento de útero, vasodilatação profunda, glicogenólise e aumento da insulina, e tem como efeitos colaterais a taquicardia e tremores musculares. Esta classe é amplamente usada para o tratamento de asma e bronquite asmática, além de evitar abortos e partos prematuros. O clembuterol é conhecido por sua ação anabolizante nos esportes.

Agonistas Beta2 seletivos são amplamente usados para o tratamento de broncoespasmos.

Interações Medicamentosas Farmacodinâmicas

   Na farmacodinâmica podemos dividir as interações medicamentosas em duas grandes famílias, Homérgicas e heterérgicas. Trataremos primeiro das reações homergicas.



   A interação homérgica se baseia em medicamentos com efeitos similares e é constituída por infra-adição, que é quando o efeito dos dois medicamentos juntos é menor do que o de cada um deles utilizado separadamente. O efeito de adição é quando o efeito dos dois juntos é igual ao efeitos de cada um dos medicamentos utilizados separadamente. Supra-somação, por sua vez é o que caracteriza o coquetel de medicamentos anti HIV, por exemplo, onde o efeito dos medicamentos juntos é maior do que se utiliza-los separadamente.
   Ou seja;
  • Infra-Adição: efeito de A+B < que o efeito de A ou B
  • Adição: Efeito de A+B = efeito de A ou B
  • Supra Somação: Efeito de A+B > efeito de A ou B
   No grupo dos heterérgicos incluem-se os medicamentos de ações diferentes. Sinergismo é caracterizado quando drogas de mecanismos diferentes desempenham a mesma ação no organismo.
   Antagonismo, por sua vez é caracterizado por drogas de ações diferentes que reduzem ou anulam o efeito uma da outra. O antagonismo farmacológico ocorre quando um antagonista se liga no mesmo receptor de um agonista e impede desta forma a sua atividade. O antagonismo fisiológico é caracterizado por dois agonistas que se ligam em receptores diferentes na célula alvo e desempenham funções opostas. O Antagonismo químico, por sua vez é o fato de que um antagonista irá prender o agonista para que este não chegue ao seu alvo e não desempenhe sua função.

domingo, 13 de abril de 2014

Sistema Nervoso Autônomo

   Na segunda etapa da disciplina abordaremos os fármacos que atuam no Sistema nervoso autônomo. Para uma boa compreensão é necessário saber o básico da fisiologia.
   O sistema nervoso autônomo é composto de 3 divisões anatômicas principais, a simpática, a parassimpática e o sistema entérico. O sistema nervoso entérico possui recursos integrativos suficientes que permitem o seu funcionamento de modo independente do SNC, porém os sistemas simpático e parassimpático são agentes do sistema nervoso central e não são capazes de funcionar sem ele.
   Em questões gerais, o Sistema Nervoso autônomo regula a contração e relaxamento de musculatura lisa de vasos e vísceras, todas as secreções exócrinas e algumas endócrinas, os batimentos cardíacos, e o metabolismo energético, principalmente do fígado e músculos esqueléticos.
   Iremos focar do SNA simpático e parassimpático neste momento da disciplina. Os dois neurônios da via autônoma são conhecidos em relação aos gânglios; o pré-ganglionar e o pós-ganglionar. No simpático, as sinapses estão situadas em gânglios autônomos, fora do SNC. Em contrapartida, na via parassimpática, as células pós-ganglionares são encontradas principalmente nos órgãos alvo e em gânglios parassimpáticos isolados (cabeça e pescoço).

Esquema básico do sistema nervoso autônomo em mamíferos. B, bulbar; C,cervical; GI, gastrintestinal; L, lombar; S, sacral; T, Torácico. ( Rang&Dale : farmacologia / H.P. Rang ... [et al.] ; 7th ed, Elsevier, 2011.)

   Os dois principais neurotransmissores que operam no sistema nervoso autônomo são a acetilcolina e a norepinefrina/noradrenalina. As fibras motoras liberam acetilcolina e atua em receptores nicotínicos, em geral. Todas as fibras parassimpáticas pós ganglionares liberam acetilcolina, que age em receptores muscarinicos. A acetilcolina é inativada na fenda sináptica por ação da acetilcolinesterase, já a norepinefrina é recapturada.
   É importante citar que os sistemas simpático e parassimpático tem ações antagônicas em algumas situações, como no controle da freqüência cardíaca, por exemplo, mas não em outras como a ação sobre as glândulas salivares e músculo ciliar.
   A atividade simpática aumenta durante situações de luta ou fuga, enquanto a parassimpática aumenta em situações de saciedade e repouso. Em condições normais, ambos os sistemas vivem em equilíbrio.
   O Sistema nervoso autônomo simpatico possui receptores α (Alfa) e β (Beta), que se subdividem em 1 e 2. ( α1, α2, β1 e β2), cujas ações são explicadas no quadro abaixo.